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Edgar Allan Poe - biografia


Um dos nomes mais importantes da literatura americana e mundial, Edgar Allan Poe foi o percursor dos contos de mistério e do terror psicológico. Suas obras, enriquecidas com o vasto vocabulário da literatura romântica, é preenchido com metáforas e devaneios, criando em seus contos uma autêntica atmosfera de pavor poético.

Idolatrado por todos os apreciadores da literatura, Poe ainda hoje é um ícone. Em sua época foi imensamente elogiado por escritores como Charles Baudelaire e Fernando Pessoa. Entretanto, a vida do escritor não foi esplendorosa e isso pode ser percebido em suas obras. Poe foi, assim como muitos outros famosos escritores que o precederam (e suscederam), um reflexo da época em que viveu. Seus contos complexos, sempre focados na solidão, loucura e desespero, ilustram com uma perfeição sobrehumana o poder que a própria mente impõe em nós mesmos.

A maior parte dos contos de  Poe inicialmente parecem histórias de terror cujos acontecimentos são causados por fenômenos sobrenaturais (e até o final os indícios apostam nessa conclusão). Mas o que surpreende é quando os acontecimentos são uma coincidência - ou mesmo causa - de surtos e distúrbios paranóicos daqueles que contam a história ou dela contam por ponto de vista.

Todas as obras de Poe, com alguma rara excessão, são narradas em 1ª pessoa. Por isso que, ao lermos, somos capazes de ser transportados para o psicológico de seu narrador, compreendendo o ambiente em que se encontra a história e sentir a mesma sensação perturbadora e melancólica do protagonista. É esse fato que consagrou Poe como um dos maiores e mais complexos escritores da história. Suas obras atravessam épocas não somente por sua criatividade mas por infligir sensações de terror mental como uma forma de exteriorizar seus próprios medos e dores enquanto escrevia.


A vida de Poe, ironicamente refletia com extrema perfeição ás adversidades pela qual passava. Edgar Allan Poe nasceu em 1809 em Baltimore, filho de uma renomada atriz de teatro da época e de um pai do qual quase nada se sabe. Perdendo os pais ainda criança, foi adotado por uma família americana abastada, onde adquiriu o sobrenome Poe.

Criado, de certa forma amorosa pela família adotiva, na juventude Poe estudou em instituições particulares na Inglaterra, vindo então para a mais famosa universidade americana, a de Virgínia. Porém, a inquieta personalidade e os hábitos peculiares de Poe logo entraram em conflito com os demais estudantes. Os escândalos de Poe relacionados á bebida, jogos de azar e blasfêmias acabou fazendo com que ele fosse expulso da Universidade e o desgragremento dele com a família.

Poe então passou a viver em Boston, onde em meio ao trabalho no jornal, começou a publicar suas primeiras obras. Foi então que um pouco depois ele decidiu alistar-se ao exército (certamente para ter abrigo e comida) mas seu temperamento acabou levando á mais uma expulsão.

Ao concorrer á um prêmio literário proposto por uma revista do qual foi vencedor, Poe atraiu a atenção de um dos juízes, o novelista Johnn Kennedy. Sensibilizado com o talento de Poe e penalizado perante sua pobreza, Johnn o ajudou, dando-lhe emprego na revista onde Poe passou a publicar pequenos trabalhos. Nessa época o escritor viva com uma tia e a prima Virgínia (esta que, aos 13 anos tornou-se esposa de Poe).

Em meados de 1820, após revoltarem-se com a opiniõa européia acerca da escassez de literatura norte-americana, os americanos passaram a exportar grande quantidade de literatura para Inglaterra e França. Dentre os escritores americanos que tinham suas obras publicadas na Europa, estava Poe.

Foi então que um jovem poeta francês se encantou com os trabalhos de Poe e os divulgou e traduziu, fazendo com que a obra de Poe ganhasse lugar na mente e coração de toda uma geração de sonhadores que o colocaram no mesmo patamar que Byron. O jovem poeta (que logo figuraria também nesse lugar) era ninguém menos que Charles Baudelaire.

Porém, a consagração merecida só chegou á Poe nos últimos anos de sua vida. Vivendo na miséria com a esposa, Poe chegou a beber álcool puro e pelo fato de sua única irmã ter enlouquecido, muitos duvidavam de sua sanidade mental. Mesmo ganhando pouco pelo que escrevia, Poe alugou uma pequena e velha casa com a esposa. Quando os vizinhos souberam que o casal passava fome, tentaram ajudá-los. Mas Virgínia, vítima de tuberculose, faleceu logo e, após sua morte, a vida de Poe ficou pior.

Em 1849 Poe foi para Richmond rever velhos amigos e um deles foi o primeiro a perceber resquícios de insanidade no escritor. Pouco se sabe sobre seus últimos dias de vida. Em 03/10/1849, Poe foi encontrado desfalecido em uma rua e levado ao hospital, onde morreu poucos dias depois. Apenas em 1875 em Baltimore, foi erguido um monumento em sua homenagem.



A diversidade de temas nas obras de Poe eram poucos: solidão, inutilidade, remorso, desilusão, reclusão e insanidade. O mundo que vivia eram tormentos, sonhos perturbadores, criaturas espectrais e uma espantosa imaginação. Estranhamente (ou não) as obras de Poe focavam-se na idéia de morte. Suas personagens femininas parecem uma réplica da amada Virgínia - uma beleza melancólica que mesmo prestes a desfalecer ainda é bela. Seus personagens masculinos também são exaltados com o conceito de morte, mas consumidos pelo desespero - um reflexo do próprio Poe, talvez.

Os críticos literários classificam Poe como um gothic novelist - o tipo de escritor que opta em tratar de temas sobrenaturais e psicológicos. Edar Allan Poe foi capaz de combinar elementos diversos e explorá-los ao máximo de modo não apenas prender o leitor, mas fazê-lo sentir que está sendo narrado. Não há como negar que Poe foi um mestre em contos e suas narrações provam o talento de sombria genialidade.

As criações de Poe influenciaram diversos tipos de arte. Além de ter servido como base para muitos atores de horror, seus contos foram transformados em filmes que até hoje sdão clássicos. (destaque para A Máscara da Morte Rubra, A Casa de Usher e o Túmulo Sinistro - com a atuação memorável de Vincent Price - por exemplo). Na época do cinema expressionista, não são poucas as referências á alguma obra. Ainda hoje os contos de Poe são utilizados em quadrinhos e muitos escritores, desenhistas e diretores exploram não apenas conceitos, mas passagens de seus contos. Até em músicas e bandas  a referência á Poe está presente.

A cena gótica é fortemente influenciada pelos contos de Poe. E certos elementos utilizados por ele já fazem parte do inconsciente coletivo. Oras, o agouro do corvo e sua imagem presente em filmes, animes e livros, sempre se referencia ao pranto "Nevermore, nevermore."

Edar Allan Poe talvez nunca imaginasse que seus contos tão complexos e perturbadores mas bela e fantasticamente bem escritos pudessem se tornado um dos mais valiosos legados da literatura mundial.




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